GRUPO 03

GRUPO 03 - CURSO MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO - PROFESSORES:

Janete Ap. C. Bérgamo, Helenise Camara C. Buck , Eveli de Almeida S. Alberti, Glória de Oliveira M. Barros e Sonia Ap.L. Passarinho

domingo, 2 de junho de 2013

Coleção de depoimentos sobre leitura e escrita

Apresentação
A coleção de depoimentos tem  como objetivo relatar as diferentes vivências dos integrantes do grupo com relação à leitura e  a escrita.
Profª Janete Bérgamo
A minha experiência com a leitura começou com as histórias contadas todas as noites pelo meu pai. Então, após o jantar, eu e meus dois irmãos sentávamos naquela pequena saleta e curiosos esperávamos ele começar a história. Todos os causos vinham de sua própria imaginação, pois tanto ele quanto a minha mãe estudou pouco. Mas a cada dia, uma história mais mirabolante que a outra. Nós ficávamos atentos para não perder nem um pedacinho.  Um dia era a história do porco, outro dia, a história do homem que carregava um saco nas costas e andava pelos cafezais. Depois quando aprendi ler, meu primeiro contato com a leitura foi com uma espécie de almanaque que sempre ganhava do farmacêutico, após tomar uma injeção. Lá tinha muitas piadinhas...
E no decorrer dos anos, ainda na escola, tive uma professora de português, na 5ª série, que pedia muito resumo de livro, mas tinha que ser da coleção vagalume, então li: “Sozinha no mundo”, “O caso da borboleta Atíria”,“Éramos seis”, “ ilha perdida”,etc. Nas séries seguintes li “ O pequeno príncipe” e outros livros da biblioteca. Portanto, sou como a Danuza, leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos.
“Adoro ler, e leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos, de bula de remédio a dicionário, é uma mania”. (Danuza Leão - Jornalista e escritora) Fonte: Depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004.

Profª  Helenise Camara


Sempre fui uma leitora voraz. Lembro-me de que com nove anos de idade ganhar uma coleção de contos de fadas de minha mãe. Essa coleção não tinha quase gravuras, mas muitas páginas escritas. Em poucos dias tinha lido tudo. E continuei nesse ritmo, lendo muito. Meu irmão que é mais velho que eu nove anos, era sócio do Círculo do Livro, todos os meses adquiria novos livros, geralmente clássicos. Li vários, inclusive as tragédias de Shakespeare. Li também Julia, Sabrina etc.
Minha mãe, professora alfabetizadora, sempre nos incentivou a ler. Em casa tínhamos sempre literatura que ela comprava ou assinava.
Na escola comecei a ler livros no extinto primário e líamos pelo menos quatro livros por ano. No “Colegial” li ainda mais e todas essas experiências de leitura certamente tiveram grande importância sobre a minha vida, sobre quem eu sou.
Certa vez quando fazia o magistério (o extinto CEFAM) tivemos a oportunidade de ler e discutir um texto de Rubem Alves chamado “Sobre jequitibás e eucaliptos – amar” inserido no livro “Conversas com quem gosta de ensinar” (1980). Esse texto fala sobre a diferença entre professores e educadores. É maravilhoso. Na época em que li devia ter uns 18 ou 19 anos e já tinha escolhido minha profissão e decidi que queria muito ser uma educadora e esse trecho da leitura “devorei” no sentido que Rubem Alves fala sobre antropofagia: “Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.” (p.11).
E isso tem sido constante em minha vida, acompanha-me, tornou-se parte integrante de mim; leva-me diariamente, no exercício de minha função, a pensar e repensar em quem sou e como estou atuando em sala de aula.
Provavelmente por esse motivo amei a afirmação de Rubem Alves sobre a antropofagia “A experiência literária é um ritual antropofágico. Antropofagia não é gastronomia. É magia. Come-se o corpo de um morto para se apropriar de suas virtudes [...]. Eu mesmo sou o que sou pelos escritores que devorei... E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores.”

Profª Eveli de Almeida

Desde pequena sempre tive incentivo à leitura. Meu pai, embora tenha tido pouco estudo, sempre manteve uma assinatura de um jornal e de uma revista que fosse de interesse deles e dos filhos. Em casa, tínhamos o jornal da cidade que passava de mão em mão. Claro que cada um procurava os assuntos de seu interesse, mas despertou-nos para o mundo das notícias. Tínhamos sempre a “Nosso Amiguinho”, “Recreio” e depois “Vida e Saúde”, entre outras. Até o “Almanaque Sadol” que era distribuído em farmácias era lido e comentado. Penso então que, assim como era importante manter o material e a tarefa organizada, a higiene pessoal e coletiva, etc.,  o gosto pela leitura foi passado a todos os filhos naturalmente. Na escola, não tínhamos tanto acesso a livros, mas sempre visitávamos espontaneamente a biblioteca pública. Emprestávamos dos primos e dos amigos. Lembro-me que na casa de uma tia, eu invejava a quantidade de gibis que meus primos tinham: um quartinho com muitas estantes cheias deles. O bom da história é que tínhamos total liberdade de emprestá-los e lê-los. A Escola Dominical foi outra grande contribuição para o desenvolvimento da leitura oral, compreensão, aquisição de vocabulário. As peças teatrais na igreja também ajudaram muito em relação à ênfase, entonação, interpretação. Mais tarde, em outra fase da vida, conversando com meu namorado (hoje meu marido), comentei que havia lido “Capitães da Areia” e que gostaria muito de relê-lo e ter um exemplar só meu, mas não poderia adquiri-lo, pois eu não tinha dinheiro para tal. Qual não foi minha surpresa, ao organizar a estante de casa, algum tempo depois, encontrar o querido livro entre outros dos meus irmãos. Jamais me passaria que esse livro lá foi colocado para que eu tivesse a agradável surpresa, com uma linda dedicatória! Até hoje, guardo esse livro com muito carinho e vez ou outra, passo para dar uma espiada em suas páginas...Enfim, amo ler, não consigo passar um só dia longe da leitura e fico surpresa quando ouço alguém declarar: "Não gosto de ler"! Como consegue viver, então?

Profª  Sonia Passarinho

Minha experiência leitora se iniciou aos seis anos, com a cartilha Caminho Suave ( que saudade!), sempre gostei de ler em voz alta,  até na igreja participava da leitura,  e fiz parte do coral que também formava um grupo de teatro, não me sentia inibida na hora de ler. Tinha  minhas preferências, e os livros que marcaram minha adolescência  foram Éramos Seis e Ilha Perdida, chorava muito durante a leitura, mesmo que a história fosse de aventura, pois me entregava totalmente a ela.
Em Éramos Seis vivi mais intensamente a leitura, pois o número de personagens eram o mesmo de pessoas da minha família, o que me permitia uma identificação entre eles.

No livro havia o pai, a mãe, três irmãos e uma menina exatamente como na minha família.